Num artigo provocativo, Tom Jennings sugere que não se use componentes antigos nos projetos de circuitos eletrônicos, cuja destinação deveria ser o lixo. Sua ira dirige-se mais particularmente ao transistor TIP120 que é acusado de ineficiente, perto dos MOSFETs modernos.
Tudo bem que componentes mais novos foram inventados e beneficiados por novas tecnologias de fabricação, mas é exagero condenar os componentes antigos para o ostracismo, é a resposta de Adam Fabio.
A série TIP é bastante antiga, foi introduzida pela Texas Instuments em 1969. Tom argumenta que quando se usa para controlar motor DC de 5 V e 1 A, ocorre uma queda entre coletor e emissor de 2 V, o que resulta na dissipação de 2 W de calor o que, segundo sua visão, levaria o componente a literalmente pegar fogo! O TIP120 deveria ser jogado no lixo e ser substituído por MOSFET.
Adam contra-argumenta dizendo em primeiro lugar que esta queda excessiva de tensão deve-se ao fato do TIP120 não ser um transistor simples, mas são dois transistores em arranjo Darlington (de fato, TIP31 por exemplo, tem VCE(sat) de apenas 1,2 V por ser apenas um transistor). O aquecimento não seria tão excessivo e poderia ser aliviado com um simples dissipador. Em experimento feito por ele, foi demonstrado que quando um TIP120 em saturação conduzia 1 A de corrente, a queda de tensão era de apenas 1,1 V - portanto abaixo do valor de datasheet, que estaria apresentando o pior caso possível. A dissipação então seria de 1,1 W e, mesmo sem dissipador, o componente não passou dos 60°C, longe portanto de pôr fogo em qualquer coisa.
Finalizando, Adam concorda que um FET poderia muito bem ser usado no lugar do transistor bipolar, porém um conjunto completamente diferente de regras e limitações devem ser considerados. Lidar com as regras, compromissos e limitações das diferentes famílias seriam cruciais no aprendizado para projetar circuitos. Cada tipo diferente de componente aprendido seria como uma nova cor na paleta do projetista. Sendo assim, recomenda: não jogue fora os componentes antigos; use-os, aprenda-os e torne-se um projetista melhor para lidar com eles.
Não vou julgar o Tom - cujo tom (trocadilho proposital) é extremamente agressivo - pois pode ser resultado da ira de algo que não deu muito certo. Mas condenar uma classe de componentes é como um escultor que amaldiçoa seu martelo e cinzel quando a obra não dá certo - uma atitude emotiva e sem razão. Cada componente tem seus prós e contras e, frequentemente, o mais divertido para o hobbysta é superar os limites impostos. Não há nada de desabonador um componente ser antigo; simplesmente pode ou não servir para um determinado propósito. A propósito, apesar de obsoletos, os diodos e transistores de germânio são muito interessantes. Quem sabe um dia faço umas experiências com eles.
A propósito, vale a pena ver o artigo original do Adam, bem como os comentários. Muito bom ver os nerds discutindo coisas de nerds.
As fotos desta postagem foram tiradas por mim com transistores TIP122 (similar a TIP120 que suporta tensões maiores) retirados de sucatas. Não encontrei na Internet fotos de uso livre com transistores desse tipo, então resolvi fotografar eu mesmo. Todas as fotos e figuras de minha autoria estão disponíveis para uso livre.
Adam contra-argumenta dizendo em primeiro lugar que esta queda excessiva de tensão deve-se ao fato do TIP120 não ser um transistor simples, mas são dois transistores em arranjo Darlington (de fato, TIP31 por exemplo, tem VCE(sat) de apenas 1,2 V por ser apenas um transistor). O aquecimento não seria tão excessivo e poderia ser aliviado com um simples dissipador. Em experimento feito por ele, foi demonstrado que quando um TIP120 em saturação conduzia 1 A de corrente, a queda de tensão era de apenas 1,1 V - portanto abaixo do valor de datasheet, que estaria apresentando o pior caso possível. A dissipação então seria de 1,1 W e, mesmo sem dissipador, o componente não passou dos 60°C, longe portanto de pôr fogo em qualquer coisa.
Finalizando, Adam concorda que um FET poderia muito bem ser usado no lugar do transistor bipolar, porém um conjunto completamente diferente de regras e limitações devem ser considerados. Lidar com as regras, compromissos e limitações das diferentes famílias seriam cruciais no aprendizado para projetar circuitos. Cada tipo diferente de componente aprendido seria como uma nova cor na paleta do projetista. Sendo assim, recomenda: não jogue fora os componentes antigos; use-os, aprenda-os e torne-se um projetista melhor para lidar com eles.
Não vou julgar o Tom - cujo tom (trocadilho proposital) é extremamente agressivo - pois pode ser resultado da ira de algo que não deu muito certo. Mas condenar uma classe de componentes é como um escultor que amaldiçoa seu martelo e cinzel quando a obra não dá certo - uma atitude emotiva e sem razão. Cada componente tem seus prós e contras e, frequentemente, o mais divertido para o hobbysta é superar os limites impostos. Não há nada de desabonador um componente ser antigo; simplesmente pode ou não servir para um determinado propósito. A propósito, apesar de obsoletos, os diodos e transistores de germânio são muito interessantes. Quem sabe um dia faço umas experiências com eles.
A propósito, vale a pena ver o artigo original do Adam, bem como os comentários. Muito bom ver os nerds discutindo coisas de nerds.
As fotos desta postagem foram tiradas por mim com transistores TIP122 (similar a TIP120 que suporta tensões maiores) retirados de sucatas. Não encontrei na Internet fotos de uso livre com transistores desse tipo, então resolvi fotografar eu mesmo. Todas as fotos e figuras de minha autoria estão disponíveis para uso livre.
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