sexta-feira, 25 de setembro de 2015

PCI pelo método fotográfico

Esta é a primeira vez que faço uma placa de circuito impresso pelo método fotográfico. Engraçado que ficou igual aos brindes de capa da Divirta-se com a Eletrônica.


Até então, eu só tinha feito placas com canetinha e decalques (ainda hoje tenho algumas folhas). Por muito tempo acalentei o desejo de usar o método de transferência térmica, mas acabei não realizando. Um dos empecilhos era falta da impressora laser, eu teria que pedir para alguém imprimir o padrão de ilhas e trilhas do circuito. No método fotográfico, pode-se usar fotolito feito com folha de transparência de acetato para impressoras de jato de tinta. A maior parte do material foi comprado através do Mercado Livre, mas ficaram meses guardados. Como ocorre com tudo que é novo, cometi algumas barbeiragens, mas após algumas tentativas, cheguei na placa acima. A foto foi tirada depois da corrosão, mas antes de remover a tinta fotossensível (as placas da DCE vinham com tinta). Corrigi algumas partes com caneta de retroprojetor marrom, devido às barbeiragens que acabou removendo pequena parte da tinta fotossensível.

O procedimento que segui foi basicamente a descrita neste vídeo:


Quem não gosta muito de vídeo, pode conferir este web tutorial de Marcos Camargo, publicado recentemente. Alguns pontos são diferentes do vídeo tutorial, mas na maior parte os procedimentos são os mesmos.

Algumas das barbeiragens que fiz:
  • usei cartucho na impressora jato de tinta recarregado com tinta que não era boa, o fotolito ficou com muitas lacunas; trocando por uma tinta pigmentada, ficou bem melhor;
  • mesmo com tinta pigmentada, sobraram umas poucas áreas não bem cobertas no o fotolito que acabaram deixando a placa com a tinta fotossensível após exposição ao UV; fui obrigado a remover essas áreas raspando a tinta com estilete;
  • na primeira vez coloquei pouca tinta fotossensível; nas outras tentativas coloquei uma camada bem generosa;
  • foi difícil acertar a velocidade da microrretífica na hora de centrifugar a tinta fotossensível, pois se exagerar, quase não sobra tinta e não fica homogênea; no fim, uma velocidade baixa por poucos segundos mostrou-se a melhor opção;
  • tem que secar muito bem a tinta fotossensível antes de colocar o fotolito sobre a placa; perdi um fotolito que ficou todo melado.
Se fizer alguma barbeiragem, não se desespere. Mesmo depois de expor a tinta fotossensível à luz UV, ela pode ser removida facilmente. Esquente bem cerca de 100 mL de água, dissolva nela uma colher de sopa de hidróxido de sódio (soda cáustica - tome cuidado pois é extremamente corrosivo), que deve ser adicionado em pequenas porções e sob agitação. Mergulhe a placa nessa solução e mexa cuidadosamente até desgrudar toda a tinta. Para ter uma ideia melhor do procedimento, assista o vídeo acima.

Também é possível consertar alguma parte que ficou faltando ficar coberta com caneta de retroprojetor ou marcador de CD (aquela com tinta insolúvel em água). Uma tentativa que vou ainda fazer é reforçar partes falhadas do fotolito com esta caneta.

Advertência: as substâncias envolvidas são perigosas, procure informar-se como manusear e descartar cada uma delas de forma segura e correta.

6 comentários:

  1. Transferencia termica de toner é TAO mais facil...

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    1. Eu acredito em você, tem uma descrição bacana no seu site, mas no meu caso, acho que não vale a pena adquirir uma impressora laser só para o hobby. Além disso, seria necessário comprar ou montar um laminador. Portanto, no momento, não cogito em usar transferência térmica. Mas quem sabe no futuro...

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    2. Salve Prof. Flávio. Na minha opinião a impressora laser se paga rapidinho. O custo de impressão é mais baixo que a impressora jato de tinta, e o custo de manutenção também. Dá pra deixar a Laser parada por meses, e quando você vai usar ela está lá firme e forte. Com a jato de tinta não é bem assim, porque já tomei prejuízo várias vezes por deixar ela parada. Hoje nem acho mais cartuchos compatíveis com ela, e os que acho estragam de ficar parados uns poucos dias.
      Enfim, a menos que você precise imprimir em cores, pense em se dar de presente neste natal uma impressorinha Laser. Você vai ter um equipamento muito mais confiável e de brinde pode fazer placas por transferência térmica :)

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    3. Realmente o jato de tinta requer cuidados, mas tenho usado há anos sem problemas. O custo é relativo, como sou eu mesmo que faço a recarga, ele é irrisório. No total, acho que o custo com papel acaba sendo o meu maior gasto. O fato de imprimir a cores é interessante em certas ocasiões, embora seja raro.

      Quem sabe um dia anime-me a adquirir uma laser, mas eu acho que ainda não será com com o 13º deste ano. :D

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  2. Grande Divirta-se com a Eletrônica.
    Bons tempos aqueles (1981, 1982).
    A diversão da garotada, era desmontar e montar coisas.
    Hoje a diversão deles é fazer arrastão ou derrubar helicóptero da polícia.

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    1. Hoje também tem garotos nerds, mas são uma minoria e não aparecem muito na mídia. Mas na nossa época era assim também. :P

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