sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A grande conspiração da lâmpada

Uma postagem do Slashdot chama atenção para a pertinência de se relembrar um evento histórico acontecido em 1924, face à iminência do fim das lâmpadas incandescentes em favor da tecnologia fluorescente ou LED

Figura do demo "MQM 5"

Às vésperas do Natal desse ano, representantes da Osram, Philips, Compagnie des Lampes e General Electric reuniram-se para fundar o Cartel Phoebus. O objetivo maior desta organização de alcance mundial era reduzir o tempo de vida das lâmpadas incandescentes que, na época era de 1500 a 2000 horas, para cerca de 1000 horas. Com promessa de lâmpadas com melhor qualidade, mais eficientes e de maior brilho a um custo maior, o cartel buscava suplantar as lâmpadas então existentes, desenvolvendo a tática hoje conhecida como obsolescência programada. As novas lâmpadas não eram inferiores às anteriores, mas dentro do propalado avanço tecnológico, estava embutida uma agenda oculta de diminuir o tempo de duração. Sendo assim, mais do que buscar o benefício para o consumidor, os fabricantes procuravam aumentar seus lucros. Entretanto a ação do cartel não foi duradoura por uma série de fatores, sendo o golpe final dado pela Segunda Guerra Mundial que impediu a coordenação entre as empresas de diversos países em conflito. Este artigo do IEEE Spectrum fornece mais detalhes históricos do cartel.

O Brasil, assim como vários países, estão em importante momento histórico, pois em breve estarão banindo as lâmpadas incandescentes. Talvez seja um exagero considerar que o fato histórico narrado aqui venha-se a repetir desta vez. Entretanto não se deve deixar de considerar que interesses financeiros, alguns de probidade discutível, estão sempre andando ao lado do desenvolvimento tecnológico.

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