Revista do Instituto Newton C. Braga

Embora não tenha praticado os hobbys por um tempo longo, por vezes tenho espiado a web e topado com coisas interessantes. 

Quem acompanhou a revista Saber Eletrônica certamente conhece o nome de Newton C Braga, que assinava vários artigos lá publicados. Muitos devem conhecer o seu website que, com tempo, tem acumulado muitas informações do passado e do presente e hoje, mudou o nome para Instituto Newton C Braga. Certamente um dos locais de acesso obrigatório para quem curte Eletrônica. 

O que eu não sabia, mas tomei conhecimento agora, é que desde 2020 ele passou a publicar a revista INCB Eletrônica. Pelo que vi, há uma versão impressa a ser adquirida online para os malucos que adoram a coisa em papel, além da versão digital em PDF, que pode ser baixada gratuitamente.

Acabei de baixar o PDF da revista nº 1 de Dez/2020 e estou escrevendo as minhas impressões a respeito desse exemplar. O aspecto geral é de uma produção profissional, com leiaute muito bem caprichado e profusão de ilustrações e fotos coloridas (algo que era proibitivo na década de 1980). Com 64 páginas, há uma quantidade impressionante de conteúdo, que não se resume apenas à revista. Há impressos nas páginas dos artigos, QR codes que podem ser lidos e que abrem uma lista de links para acessar materiais extras pertinentes aos conteúdos abordados. Como o próprio Newton propõe-se no Editorial, uma revista que parte do formato antigo, direcionado à tecnologia do presente e do futuro. Uma excelente proposta e parece ser bem executada.

Quanto ao conteúdo, tem assuntos novíssimos como a Internet das coisas (IoT) e placas Raspberry Pi ou Arduíno. Aguçou minha curiosidade o sensor de fluxo de água, um dispositivo a base do efeito Hall que pode ser usado em automação com Arduíno ou outro microcontrolador. Há ainda o lado nostálgico, a reprodução um artigo da época em que os transistores ainda eram novidade publicada na revista Eletrônica Popular, que também era um dos primeiros da autoria do Newton. Outro artigo de importância histórica era sobre o vibrador (não é o que você pode estar pensando...), um componente eletromecânico que elevava a tensão de 6 ou 12 V da bateria de um automóvel para centenas de volts, necessários para acionar rádios à válvulas. Como uma boa revista de eletrônica, há projetos prontos para serem experimentados, como o já manjado microtransmissor FM (da Saber Eletrônica), ao lado dos modernos projetos de eletrônica paranormal com Arduíno e uma releitura dos rádios a cristal, mas com um moderníssimo MOSFET no lugar da galena ou diodo de germânio. Há ainda artigos de cunho didático, como uma compilação sobre o integrado 555 e um pisca LED com CMOS 4093.

Este primeiro exemplar me impressionou muito bem! E o ritmo de publicações parece ir rápido, no momento o último número é 7, datado de Nov-Dez/2021. Vou baixar e ler com calma os demais números, já adianto que recomendo fortemente o nº 1.