Uma postagem do Slashdot chama atenção para a pertinência de se relembrar um evento histórico acontecido em 1924, face à iminência do fim das lâmpadas incandescentes em favor da tecnologia fluorescente ou LED.
Figura do demo "MQM 5" |
Às vésperas do Natal desse ano, representantes da Osram, Philips, Compagnie des Lampes e General Electric reuniram-se para fundar o Cartel Phoebus. O objetivo maior desta organização de alcance mundial era reduzir o tempo de vida das lâmpadas incandescentes que, na época era de 1500 a 2000 horas, para cerca de 1000 horas. Com promessa de lâmpadas com melhor qualidade, mais eficientes e de maior brilho a um custo maior, o cartel buscava suplantar as lâmpadas então existentes, desenvolvendo a tática hoje conhecida como obsolescência programada. As novas lâmpadas não eram inferiores às anteriores, mas dentro do propalado avanço tecnológico, estava embutida uma agenda oculta de diminuir o tempo de duração. Sendo assim, mais do que buscar o benefício para o consumidor, os fabricantes procuravam aumentar seus lucros. Entretanto a ação do cartel não foi duradoura por uma série de fatores, sendo o golpe final dado pela Segunda Guerra Mundial que impediu a coordenação entre as empresas de diversos países em conflito. Este artigo do IEEE Spectrum fornece mais detalhes históricos do cartel.
O Brasil, assim como vários países, estão em importante momento histórico, pois em breve estarão banindo as lâmpadas incandescentes. Talvez seja um exagero considerar que o fato histórico narrado aqui venha-se a repetir desta vez. Entretanto não se deve deixar de considerar que interesses financeiros, alguns de probidade discutível, estão sempre andando ao lado do desenvolvimento tecnológico.
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